O Que Acontece com Seu Dinheiro em Bancos Quando Você Morre?

Dinheiro de Falecidos - Dicas de Finanças Online

Você já se perguntou o que acontece com o dinheiro de falecidos que permanece em contas bancárias, investimentos ou previdência? Esse é um assunto que desperta curiosidade, e ao mesmo tempo, muita dúvida entre familiares e herdeiros. Afinal, o que o banco faz com esse dinheiro? Ele some? Vai para o governo? Pode ser resgatado?

O que acontece com o dinheiro após o falecimento?

Quando uma pessoa falece, o banco é legalmente obrigado a bloquear todas as contas vinculadas ao CPF do falecido assim que for notificado oficialmente — normalmente por meio da certidão de óbito apresentada por familiares.

Esse bloqueio serve para preservar o dinheiro de falecidos e impedir saques indevidos ou movimentações não autorizadas. A partir disso, os valores entram no processo de inventário, que definirá quem tem direito ao dinheiro deixado pelo titular.

O dinheiro fica retido no banco?

Sim, o valor permanece no banco até que a partilha de bens seja concluída. Enquanto o inventário está em andamento (judicial ou extrajudicial), o banco mantém o dinheiro de falecidos indisponível. Somente após a apresentação do formal de partilha é que os valores podem ser transferidos para os herdeiros legais.

E os investimentos e previdência?

Investimentos como CDB, poupança, ações, fundos e até o Tesouro Direto entram no inventário. Já no caso da previdência privada (VGBL ou PGBL), o comportamento varia:

  • 📌 VGBL com beneficiários indicados: não entra em inventário, vai direto ao beneficiário;
  • 📌 PGBL: pode entrar no inventário dependendo do contrato;
  • 💡 Sempre verifique o tipo de plano e cláusulas contratuais.

O dinheiro de falecidos vai para o governo?

Não necessariamente. O dinheiro de falecidos só vai para a União se não houver herdeiros identificados ou se ninguém fizer o processo de inventário e reclamação legal dos valores.

Nesses casos extremos e raros, os recursos podem ser declarados como abandonados e, após um período de anos, integrados ao Tesouro Nacional.

Como consultar se há dinheiro a receber?

Atualmente, o Banco Central disponibiliza o sistema Valores a Receber, que permite verificar se existem saldos esquecidos em contas bancárias, inclusive referentes a dinheiro de falecidos.

Para consultar, é necessário ter o CPF e a data de nascimento do falecido. Em alguns casos, o sistema também pode solicitar comprovação legal de vínculo familiar ou documentação de inventário.

Quem tem direito ao dinheiro?

Os herdeiros legais indicados no inventário ou os beneficiários definidos em testamento. O processo segue as regras do Código Civil, com divisão conforme o grau de parentesco. Quando não há testamento, aplica-se a ordem legal: cônjuge, filhos, pais, irmãos, etc.

Cuidados importantes

  • 🔒 Nunca tente movimentar contas de falecidos sem autorização judicial — isso é crime;
  • 📄 Sempre providencie o inventário e reúna todos os documentos;
  • 🧾 Guarde comprovantes de saldos bancários, investimentos e previdência do titular;
  • 🧠 Conte com orientação jurídica, principalmente em casos de múltiplos herdeiros ou ausência de testamento.

Evite deixar seu próprio dinheiro “perdido”

Embora pareça distante, pensar no que acontecerá com seu patrimônio no futuro é um ato de responsabilidade. Faça um testamento, mantenha seus dados bancários organizados e compartilhe com alguém de confiança. Isso evita que seu dinheiro de falecidos se torne inacessível ou demore anos para ser resgatado.

💡 Para saber mais sobre como encontrar valores esquecidos em bancos, leia também nosso post O Que Acontece com o Dinheiro Esquecido em Bancos e Contas Inativas? e veja como consultar gratuitamente pelo Banco Central.

Conclusão

O dinheiro de falecidos não desaparece. Ele permanece sob responsabilidade das instituições financeiras até que seja legalmente transferido aos herdeiros. Mas para isso acontecer, é necessário seguir os trâmites legais, apresentar a documentação correta e respeitar o processo de partilha.

Entender como isso funciona é importante não apenas para lidar com a perda de entes queridos, mas também para planejar sua própria vida financeira com responsabilidade. Informação é o primeiro passo para evitar dores de cabeça futuras.

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